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Artifícios para mudar a marcha.
De: Lúcio Andrade.
Ha na atualidade duas situações distintas que fazem muito mal à equinocultura representada pelos equinos e muares marchadores:
1) o modismo da marcha diagonalizada, que vem descaracterizando o diagrama da marcha batida clássica, ou de uma marcha batida que não tenha o valor zootécnico de uma marcha batida classica, mesmo que seja apenas uma marcha batida convencional, menos mal do que ser um cavalo (ou égua), ou muar, de marcha diagonalizada, pois tecnicamente este andamento é definido como um trote desunido, estando no limite do trote convencional, ninguem pode contestar esta verdade. Os cascos dos pares diagonais dos membros só não apoiam em sincronismo perfeito por uma diferença minima de angulo de inclinação. Em cada passada não ocorrem apoios duplo laterais e, assim sendo, não é marcha pela própria definição do Padrão racial.
2) a marcha picada fabricada, que chamam de "encartada", e que mesmo sendo confirmada, não tem o respaldo do DNA da marcha picada genuina, mas sim da marcha diagonalizada, o mercado é enganado, pois marcha picada fabricada não é transmitida à prole, exceto se houver a "colaboração" da outra via do pedigree, o que não é facil, pois marcha diagonalizada é dominante. E assim caminha o mercado, aumentando a demanda pela marcha picada sem que haja uma oferta de marcha picada genuina suficiente para abastecer o mercado, forçando os criadores desonestos a fabricarem a marcha picada
O uso de artifícios para mudar o tipo de marcha, seja com foco em tentar equilibrar o diagrama de uma marcha picada lateralizada, ou para mudar drasticamente o diagrama, de uma marcha diagonalizada para uma marcha picada, é uma agressão ao bem estar. Entre os artificios mais usados estão as ferraduras pesadas em desbalanceamento exagerado, seja nos cascos anteriores ou posteriores, conforme o caso; as correntes nos membros, as embocaduras de ação violenta, o uso de peias, a equitação de reunião forçada no comando das mãos, agredindo continuamente a boca.
Antes de comprar um cavalo (ou égua) de marcha picada é imprescindivel que se faça uma avaliação precisa da genética da marcha picada genuina no pedigree, e que se faça um teste completo da naturalidade da marcha picada.
Foto 1 - Corrente nos membros - notar o edema no boleto e quartela, peos toques fortes e dolorosos dos elos da corrente
Foto 2 - Ferraduras com calço de 10cm de altura são usadas nas raças American Saddlebred e Tenneessee Walker
Foto 3 - cavalo da raça Tennessee Walker com calços altos sob as ferraduras dos cascos de membros anteriores, que se elevam muito, forçando a dissociação no par lateral - o posterior toca antes em uma ultrapegada, ou seja, bem adiante do apoio do casco anterior
Foto 4 - Peia usada nos cavalos da raça Standardbred (Trotador Americano) em corridas de charrete, para mudar do trote para a andadura de corrida (andadura saltada)
Foto 5 - usam bridão retorcido, uma agressão dolorasa nas comissuras labiais, barras e lingua
Foto 6 - usam freio de curvatura muito alta, uma agressão no palato
